quinta-feira, 19 de abril de 2012

Meninos de outrora

Um dia um menino, em um vilarejo, muito puro, sem saber das agruras da vida, com seus coleguinhas da mesma idade inventavam brincadeiras sadias que chamavam a atenção dos adultos, algumas das quais descrevo a seguir. Ah, este menino era o "chefe da turma".
Na sua casa reunia os amiguinhos para brincar de construção civil, sem saber que eram "engenheiros". Corria por entre o terreno um riachinho, formado por uma vertente natural límpida (pequena, 2 litros p/m), mas que parecia ser um grande rio. Os baixinhos faziam represas, construiam pontes, construiam carrinhos, máquinas e tratores para os trabalhos de escavação e cargas e até casas ao redor das praias criadas por eles o dia todo, pois não havia nada pra se preocuparem já que não estudavam ainda, não tinham idade para isso. O que me chamava mais a atenção era a "engenharia" de construção civil. As casinhas de mais ou menos 20cm de largura, eram de fato muito bem elaboradas. Os tijolos eram feitos em barro de ótima qualidade extraídos próximo ao local, onde carregados por "caminhões" até a represa que formava uma praia linda, com árvores plantadas por eles exclusivamente no local, fabricavam seus tijolinhos de excelente qualidade, bem retangulares em forminhas exatas, os quais deixavam ao sol para secar. Após faziam a extrutura, os vigamentos corridos em barro maciço. Começavam então a construção das paredes e suas divisórias, quarto, sala, cozinha, banheiro e se bobear tinha até dependência de empregada (ha ha ha). Fiquei alí por muito tempo vendo o decorrer da obra. As janelas eram feitas com marco de "gavetinha da caixinha de fósforos", que ficavam perfeitas, abrindo como se fossem de verdade. Ah, o telhado, faziam umas lâminas finas de barro com a estrutura em galhinhos de árvores para o apoio das mesmas. Nesta represa também circulavam barcos bem bonitinhos. A brincadeira era realmente de prender qualquer adulto que por alí se aproximasse. As mães destes pequenos colaboravam quando necessário com algum material que faltasse, fósforos, linhas, cordões e tudo mais que seus moleques precisassem. Também providenciavam um "lanchinho" para a hora do descanso. Tudo transcorria normalmente e aqueles meninos viajavam no que faziam.
Hoje admiro a simplicidade de meninos pobres daquele tempo, que criavam seus próprios brinquedos, pois não existia computador e outras tecnologias de agora. Acompanhei o crescimento dessa turma e contarei o restante no decorrer dos dias...
...Um destes meninos era eu...

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